Quer ser um mackenzista? Saiba como funciona nosso vestibular.
A área de alimentação é a segunda maior do Brasil e apresenta, entre as oportunidades de atuação, o empreendedorismo. Para quem se forma em Gastronomia e quer se tornar dono do próprio negócio, a busca por informações e preparação complementar após a base universitária deve ser o caminho a ser seguido.
O setor da Alimentação Fora do Lar (ALF) representa 2,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e 35% do PIB do turismo. Além disso, reúne mais de 1 milhão de empresas e é responsável pelo emprego de mais de 6 milhões de pessoas no País, de acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o gasto dos brasileiros com alimentação já é o segundo maior, ficando atrás apenas dos custos de habitação.
Para quem estuda ou trabalha com alimentação, criar um empreendimento na área surge como opção. Necessidade de sustento, visualização de demanda não atendida e realização pessoal são os principais motivos apontados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para quem toma essa decisão.
Ainda segundo a entidade, no entanto, empresários da gastronomia enfrentam desafios que passam pelo entendimento de seu papel, pelo desenvolvimento de habilidades na cozinha e pelo planejamento de atividades essenciais ao negócio, como atendimento, limpeza, compras, ambientação e finanças.
Camila Landi, professora e coordenadora de Gastronomia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), afirma que a maioria dos graduados no curso parte para o mercado de alimentos e bebidas (bares e restaurantes) na função operacional, o que também inclui cozinhas de hotéis, eventos e catering: “Atualmente, temos muitos alunos que buscam o curso visando ao ingresso na indústria alimentar e ao empreendedorismo”.
Para quem se enquadra nos segundo caso, algumas dicas elencadas pela docente são essenciais ao sucesso do serviço ou produto oferecido. Confira.
“Não se especializar e não ter o olhar e o conhecimento empreendedor aplicado às especificidades do setor” são os principais erros cometidos por quem quer dar entrada no mundo empreendedor, segundo Landi. Por outro lado, é essencial dominar ferramentas de gestão e conhecer e estudar o mercado, suas movimentações e as tendências no Brasil e no mundo.
Controle de custos e de estoque, escolha de fornecedores, oscilação dos mercados interno e externo, fator de correção e cocção de alimentos, recursos humanos, estratégias e ferramentas de marketing, fluxo de caixa, definição de tipologia de estabelecimento versus público-alvo fazem parte das aptidões de empreendedores bem-sucedidos.
Comer fora é um prazer, e no dia a dia a alimentação é necessária na rotina. “A gastronomia nunca sai de moda, e as pessoas nunca vão deixar de se alimentar”, defende a professora. É importante, porém, conhecer, saber ler e entender o mercado e o comportamento do consumidor na atualidade para compreender as tendências e se adaptar a elas.
Experiência acadêmica e de mercado andam juntas, mas Landi defende que “somente um curso superior em Gastronomia pode oferecer e construir um olhar direcionado para as ferramentas específicas de gestão cruciais ao setor”. A formação superior define uma base teórica, conceitual e de práticas aplicadas com atividades de extensão e de pesquisa. “Sem esse domínio e aulas direcionadas por profissionais das áreas da gastronomia e correlatas, o risco de não prosperar ou de ter grandes prejuízos e falhas operacionais no negócio é enorme”, completa a especialista.
O mercado gastronômico é altamente competitivo, mas existem nichos específicos, tipologias de empreendimentos e recortes urbanos que apresentam oportunidades, então ter diferenciais representa maior chance de lucro.
Por isso, “saber adequar a proposta de negócio ao local, conhecer o público-alvo, dominar técnicas, desenvolver uma equipe treinada, um cardápio e um serviço de excelência e o controle de custos são as chaves do sucesso. É claro que sempre com comida e produto de qualidade e sabor”, conclui Landi.
Fonte: SEBRAE e Globo.