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Medicina: o que considerar ao optar por uma especialidade?

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Salvar vidas, curar, promover saúde e bem-estar são fatores que levam muitas pessoas a procurar a graduação em Medicina. Desse modo, o curso permite fazer isso de muitas formas diferentes, já que existem uma série de especialidades médicas com diferentes enfoques.

A residência médica é uma pós-graduação do tipo lato sensu em que o bacharel em Medicina, que já é um médico generalista, estudará um ramo da área e será especialista nele. Há dezenas de opções e são muitos os fatores a serem considerados ao optar por uma área: mercado de trabalho, remuneração, condições de desempenhá-la em determinados locais etc. 

Por isso, não se desespere se estiver indeciso. Mesmo as pessoas mais convictas da opção que tomaram às vezes têm dúvidas sobre qual especialidade querem seguir. Qual é a residência que quer cursar? Qual é o perfil de carreira desejado? 

Para decidir, você precisa saber tudo sobre essa trajetória e alguns dos fatores que pesam na hora da decisão. A boa notícia é que o blog do Mackenzie conversou com o médico Maurício Marcondes Ribas, diretor clínico do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, localizado em Curitiba, e professor de pediatria da Faculdade Evangélica Mackenzie de Curitiba.  

Saiba tudo sobre o mundo da residência médica e confira as dicas para acertar na escolha!

Quais são as especialidades médicas mais tradicionais?

Os fundamentos do internato se refletem nas residências mais tradicionais. (Fonte: Fizkes/Shutterstock/Reprodução)

Segundo Ribas, a divisão que as universidades organizam para o internato acabam definindo as principais áreas: Cirurgia, Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde da Família e Pediatria.

Porém, não se apegue a isso. Todas as especialidades médicas são importantes, têm demanda e são capazes de satisfazer quem tem o perfil para os desafios propostos. Atualmente, há 55 especialidades para se escolher.

Como saber a especialidade médica indicada para o meu perfil?

Ainda para Ribas, um bom médico tem que ser estudioso, ter empatia com seu paciente, ser um bom ouvinte, estar atualizado, ser respeitoso e humano, tendo disponibilidade. E isso tudo independe da especialidade médica.

O único acréscimo se refere às carreiras cirúrgicas. Nesse caso, a habilidade com as mãos é algo a ser especialmente valorizado junto às demais características.

É necessário escolher entre ser clínico e cirurgião?

A prática médica apresenta uma infinidade de atividades possíveis: análise patológica e de imagem, gestão, pesquisa clínica médica, cirurgia etc. Mas essas duas últimas são as mais comuns na prática profissional, por isso é comum que os médicos recém-formados tendam a escolher entre carreiras clínicas ou cirúrgicas.

É claro que os cirurgiões vão operar na maior parte do tempo e os clínicos vão se concentrar no atendimento em consultório. No entanto, Ribas observa que essa é uma divisão grosseira, pois há uma série de carreiras que apostam em ambos os espaços. Ginecologia e Obstetrícia, Ortopedia, Otorrinolaringologia e Oftalmologia são exemplos de algumas dessas áreas.

Quais são as especialidades mais concorridas?

Localização e qualidade do serviço são fatores que interferem na concorrência das residências médicas. (Fonte: Insta_photos/Shutterstock/Reprodução)

Para Ribas, a concorrência depende de alguns fatores, como os locais onde as especialidades são oferecidas. Há hospitais gerais, com oferecimentos da maioria delas, e específicos, onde só algumas são oferecidas. 

Nos últimos anos, as áreas tradicionais não têm sido as mais procuradas, em geral, ao se considerar a proporção candidato por vaga. Isso ocorre porque existem especialidades com poucas vagas oferecidas que tornam a proporção muito maior.

Qualquer médico pode se candidatar a uma residência?

Não necessariamente. Todo médico pode e deve procurar se especializar, mas ao passo que algumas residências são de acesso direto, outras exigem pré-requisitos. 

As residências relacionadas às cinco áreas mais tradicionais (Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Medicina da Família e Comunidade, Cirurgia Geral e Pediatria) têm acesso direto. Psiquiatria, Dermatologia e Gastroenterologia são outros exemplos. Já quem deseja fazer Cardiologia, precisa ter feito Clínica Médica, e quem deseja ser cirurgião do aparelho digestivo precisa ter realizado Cirurgia Geral. 

Por isso, considere isso no seu planejamento. 

É necessário fazer residência para ser especialista?

Esse é o ideal. Considera-se que a residência médica é a formação padrão ouro para especialistas. Contudo, em razão do pequeno número de vagas e do fato de esse período exigir dedicação integral (algumas delas consomem mais de 60 horas semanais), muitos profissionais optam por fazer especializações comuns e posteriormente validá-las na associação da especialidade em questão por meio de prova e outros testes.

Algumas especialidades dão mais status?

Áreas ligadas à Atenção Básica têm ganhado mais importância diante da demanda social. (Fonte: Maha Heang 245789/Shutterstock/reprodução)

Ribas comenta que os alunos que ingressam nas faculdades de Medicina em geral têm em mente profissionais bem-sucedidos: um grande cirurgião, um ótimo clínico, um professor de referência ou se imaginam trabalhando em grandes hospitais e universidades.

Esse horizonte pode ser ótimo, mas o médico adverte que, com o tempo, ganha-se a percepção de que essa condição será para poucos. Ao mesmo tempo, carreiras menos ” glamorosas” ganham destaque, por exemplo nas especialidades em Atenção Básico em Saúde. A procura vem crescendo (e o status também) à medida que se percebe a importância da área para a sociedade em geral. 

Bom, com essas dicas em mãos você já pode escolher a sua especialidade. E aí, para qual sentido aponta sua carreira?

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