A Medicina está diretamente ligada ao cuidado da vida humana. Não à toa, os médicos estão entre os profissionais mais reconhecidos e bem-remunerados. No entanto, poucos conhecem a trajetória de formação de um médico.
Além de necessitar de formação constante em toda a carreira, para se manter atualizado, a Medicina prevê algumas formações iniciais básicas sem as quais os médicos não podem clinicar. Acompanhe as etapas formativas dos médicos e saiba quais são as diferenças entre internato, residência e especialização.
Internato
No Brasil, o curso de Medicina tem 6 anos de duração e exige disponibilidade integral. Os 4 primeiros são dedicados a estudos teóricos, por exemplo Anatomia, Fisiologia, Histologia, Imunologia, Patologia e Embriologia são algumas das disciplinas presentes nessa fase.
Já nos últimos 2 anos, os estudantes têm uma vivência de campo em unidades de saúde, centros especializados e hospitais. Essa fase, chamada de internato, permitirá ao estudante vivenciar na prática os desafios estudados até então, de forma a prepará-lo para o exercício clínico. Assim, os estudantes estagiam em sistema de rodízio em uma série de áreas, como Cirurgia Geral, Clínica Médica Ginecologia, Obstetrícia, Pediatria e Saúde da Família e Comunidade.
Diferentemente dos 4 primeiros anos da graduação, o internato pode ter um formato bastante heterogêneo. Serviços mais ligados à clínica, com atendimento eletivo, terão uma rotina e possibilitarão ao estudante experimentar essa prática em torno de uma agenda previamente organizada. Já o serviço em Emergência Clínica, Traumatologia ou na Medicina Intensiva de uma unidade de pronto-atendimento, por exemplo, pode ser mais dinâmica e exigir plantões de 12 horas ou 24 horas.
Após concluir o eixo teórico e o internato, o médico estará apto a se graduar como bacharel em Medicina. Será um médico generalista, sem especialidade, mas, a partir desse momento, poderá ter um CRM (registro no Conselho Regional de Medicina do seu estado) e começar a clinicar.
Residência
A residência é uma especialização (pós-graduação lato sensu) e, como o nome sugere, tem a finalidade de tornar o profissional especialista em uma área da Medicina. Por exemplo, se um médico deseja ser psiquiatra ou pediatra, deverá fazer uma residência na área correspondente. Essa etapa não é obrigatória, mas é fundamental para o médico possuir uma habilitação profissional que o direcione e o especialize em um campo.
Enquanto cursa a residência, o médico pode trabalhar como médico generalista, uma vez que já é graduado. No entanto, as residências costumam ser muito exigentes — na prática, o médico costuma ter uma demanda com mais de 60 horas por semana, entre atendimentos, rotinas clínicas e discussão de casos.
Então, o residente consegue fazer alguns plantões nesse período formativo, mas não ter vínculo empregatício — por isso, as residências médicas contam com uma bolsa de pouco mais de R$ 3 mil para o médico estudante.
Algumas especialidades médicas exigem pré-requisitos. Por exemplo, para ser um nefrologista (especialista em doenças dos rins
), o médico deve fazer 2 anos de residência em clínica médica (é uma introdução à carreira centrada na clínica) e então mais 2 anos voltados à área nefrológica.
Na área cirúrgica isso também é comum. Caso um médico deseje ser um cirurgião gastrointestinal, ele deverá fazer a residência em cirurgia geral, que dura 3 anos, e só então outra na área específica, em mais 2 anos.
Em outros casos, esses 5 anos de formação são unidos em uma única residência, só que mais longa. É o caso do neurocirurgião ou do cirurgião cardiovascular, cuja residência envolve um único ciclo de 5 anos — uma especialização tão longa que corresponde ao tempo de outra graduação.
Em todos esses casos, a conclusão da residência habilita o médico a ser especialista em uma área e iniciar as práticas médicas que dependem dessa habilitação, tanto na clínica quanto no campo cirúrgico.
Especialização
Alguns profissionais optam por ingressar mais rapidamente no mercado de trabalho e fazer uma especialização em alguma área de preferência. Assim como a residência, essa opção corresponde a uma pós-graduação lato sensu. No entanto, elas não são gratuitas, não têm bolsa para o médico estudante e não o habilita automaticamente como especialista em uma área.
As especialidades médicas possuem sociedades que congregam os profissionais da área. Cada uma delas possui uma política para acolher em seu quadro e reconhecer como especialistas os médicos que não fizeram estagiam em sistema de rodízio.
Além da especialização na área, é frequente a exigência de um período mínimo de experiência clínica e aprovação em prova que avalie o conhecimento do profissional nas áreas ligadas à especialidade.
Além disso, os médicos podem fazer cursos de especialização para aprimorar conhecimentos e se adaptar aos espaços profissionais onde atuam. Por exemplo, se um nutrólogo é chamado a acompanhar pacientes sob cuidados intensivos (em UTIs), pode cursar especialização nessa área, mas se caso decidir trabalhar na atenção básica, pode se especializar em Medicina de Família e Comunidade.
Fonte: Mediários, Soul Medicina e Medcel.
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