Mudar de emprego não é uma decisão fácil, especialmente considerando a atual situação do país, com altos índices de desemprego, instabilidades políticas e econômicas, e sensação geral de insegurança.
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Aliás, por conta desses fatores frequentemente permanecemos em um trabalho em que não desenvolvemos nosso potencial e com o qual nos sentimos estressados, entediados, desvalorizados e estagnados profissionalmente.
Entretanto, você há de concordar que não é nada saudável se sentir assim com relação ao próprio emprego, já que é nele que passamos a maior parte do dia! Pode ser que uma reavaliação revele que basta uma mudança de atitude e de mentalidade para que as coisas voltem a entrar nos eixos ou que uma transferência de setor e encarar novos desafios seja tudo o que precisamos.
Contudo, existem fatores que realmente podem complicar a nossa rotina e que indicam que talvez seja melhor procurar novas oportunidades – e aos quais devemos ficar alertas para que possamos nos preparar para uma transição tranquila e livre de traumas.
O nosso trabalho não se limita a ser simplesmente um local onde desempenhamos tarefas para receber um salário. São muitos os fatores envolvidos e, gostando ou não, nós passamos a maior parte do tempo na companhia dos nossos colegas – e é impossível se sentir feliz se o ambiente for desagradável e o relacionamento com companheiros e superiores for ruim. Se esse for o caso, uma opção é tentar mudanças de atitude, determinar um limite de tempo e, se as coisas não melhorarem, buscar um novo emprego.
Algo que pode afetar nossa satisfação é investir tempo e esforço em determinadas atividades ou projetos que, no fundo, não fazem o menor sentido para nós ou que entram em conflito com nossos valores. Assim, se você se sente desconfortável com a forma como a organização trata os colaboradores, oprimido pela política corporativa seguida, não concorda com a postura, objetivos almejados ou com a atuação da companhia, planeje uma transição para outra empresa.
Ser contratado para desempenhar determinado trabalho e acabar realizando outro que não gostamos ou acumulando funções pode gerar frustração. Também pode acontecer de descobrirmos que, embora sejamos competentes no que fazemos, nos sentiríamos mais satisfeitos se nos dedicássemos a outra coisa. Nesses casos, primeiro vale ter uma conversa franca com os superiores para verificar a possibilidade de um ajuste de função ou transferência de área. Mas, se essas alternativas não forem válidas, não adianta se enganar.
É vital sentir que podemos crescer profissionalmente, então, se continuamos na mesma função há anos, não estamos explorando nosso potencial, a empresa é indiferente ao nosso desenvolvimento ou nos sentimos indiferentes com nosso emprego, algo precisa mudar. É comum que, após exercer uma atividade por certo tempo, nossa trajetória de aprendizado e contribuição se estabilize e a “curva” de desempenho comece a cair. Isso pode acontecer porque perdemos a paixão, porque estamos menos envolvidos ou nos sentimos entediados, e quando isso ocorre, pode ser hora de buscar novos desafios.
Precisamos sentir que nossas contribuições fazem diferença, ser reconhecidos e remunerados de forma justa pelo que fazemos. Com o tempo, se sentir desvalorizado pode fazer com que surjam ressentimentos e tensões no ambiente de trabalho, e isso não é nada positivo. Uma dica é pesquisar como o mercado está remunerando pessoas da mesma área e, se a diferença for significativa, levar a situação ao seu superior. Entretanto, se esse tipo de diálogo não for viável e o que mais incomoda for a falta de valorização pela dedicação e engajamento, talvez seja melhor mudar.
Obviamente, quando chegamos ao ponto de ter ataques de ansiedade antes de ir trabalhar, de os domingos se tornarem torturantes e de as conversas com amigos e familiares se resumirem a queixas sobre trabalho, nem precisamos dizer que algo vai mal na relação que temos com nosso emprego, certo?
É aí que começam a surgir problemas de saúde associados ao estresse e que se manifestam na forma de dores de cabeça, alteração nos padrões de sono, fadiga e outros sintomas. E, além de afetarem nossa vida pessoal, essas questões podem piorar as tensões no ambiente de trabalho, propiciando mais discussões, quedas de rendimento, ressentimentos e até resultar em uma temida demissão.
O fato é que, antes de tomar uma atitude da qual possamos nos arrepender, não podemos esquecer que ninguém é feliz no trabalho o tempo todo. É inevitável ter dias ruins, nos quais nos desentendemos com colegas ou em que nada dá certo – e nada disso justifica abandonar o emprego ou se convencer de que é hora de buscar outro. Aliás, conforme estão as coisas, sair do trabalho sem um bom motivo e sem outra vaga no radar, não é uma estratégia inteligente.
O ideal é procurar um novo emprego antes de pedir demissão, já que é mais fácil encontrar oportunidades enquanto estamos trabalhando. Ademais, é importante identificar os fatores por trás do desejo de mudar e se eles estão alinhados com o objetivo de aprender novas habilidades e crescer profissionalmente, assim como levar em conta se a mudança faz sentido no longo prazo e como a troca impactará a sua vida profissional e pessoal.
Quando as propostas surgirem, pesquise sobre as empresas que fizeram as ofertas, levante informações sobre sua saúde econômica e avalie se a área de atuação está em ascensão ou sofrendo instabilidades. Ademais, ganhar salários mais altos ou ter cargos mais atraentes não devem ser os únicos aspectos considerados – o pacote de benefícios precisa ser colocado na balança e ser, no mínimo, compatível com o atual. E busque ocupações prazerosas, que permitam aprender novas habilidades e com as quais você sinta que não se trata de um mero trabalho, mas de algo no qual faz diferença.
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