A pandemia de covid-19 acelerou a migração do trabalho para regimes remotos, algo que vinha ocorrendo timidamente no mundo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que em 2018 apenas 5,2% dos profissionais do Brasil atuavam em home office.
Em 2021, o número chegou a 11%, segundo o InstitutoInstituo de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Outro levantamento da FIA Employee Experience (FEEx) mostra que 90% das organizações tiveram que aderir a alguma dessas modalidades no período.
Essa aceleração do processo de consolidação do trabalho remoto é uma tendência mundial. Uma pesquisa da consultoria McKinsey demonstrou que a pandemia provocada pelo coronavírus fez acontecer a migração para home office em 10 dias, o que estava programado para 1 ano e meio.
As mudanças influenciam não somente a qualidade de vida dos funcionários, mas também a qualidade dos serviços. Um estudo ouviu mais de 30 mil norte-americanos e concluiu que o trabalho remoto chega a ser 5% mais produtivo do que o presencial.
Entre os principais benefícios do trabalho remoto para as empresas, estão a redução de custos com aluguel ou manutenção de imóveis, a possibilidade de contratar e reter talentos de outras partes do mundo (às vezes com menores salários) e trabalhadores mais proativos.
Apesar de a mudança parecer inevitável, muitas empresas ainda estão receosas quanto a adotar o home office como prática oficial. O CEO do Goldman Sachs Group, David Solomon, é um dos executivos mais poderosos a se posicionar contra a novidade, que, a seu ver, é uma “aberração”. A Apple também vem sofrendo várias críticas de funcionários por querer acelerar a volta dos trabalhadores aos escritórios.
Dados do IWG – Remote Workplace Study mostram que entre os principais motivos para as empresas se posicionarem contra o trabalho remoto está o medo de uma “mudança de uma política antiga da companhia”.
Outras companhias, especialmente no setor da tecnologia, abraçaram a medida. Google, Facebook e outros querem aproveitar a oportunidade e se beneficiar das transformações que estão acontecendo no mundo.
Dados do IWG mostram que 98% dos trabalhadores querem ter a possibilidade de trabalhar remotamente pelo resto da carreira. Ainda assim, alguns especialistas alertam para os perigos que podem surgir.
Em 2016, a conclusão de um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontou que trabalhar mais do que 55 horas semanais aumenta em 35% o risco de morte por AVC e em 17% o risco de morte por doenças cardíacas. A questão é que no home office os limites entre o trabalho e o descanso podem ficar confusos.
Segundo a pesquisa The IWG Global Workspace Survey, para 22% dos trabalhadores a principal queixa de trabalhar em home office é a dificuldade em se desconectar do trabalho, seguida de sensação de solidão (19%), dificuldade de comunicação (17%), distrações em casa (10%) e horários diferentes entre as equipes (8%).
Umas das principais dicas para fugir da sensação de “estar sempre de plantão” é estabelecer quando começa e quando termina sua jornada. É importante fazer isso de forma bem delimitada como trocando a roupa de trabalho, desligando ou trocando de computador e delimitando horários para atender chamadas e responder a mensagens.
De qualquer forma, o trabalho remoto parece ser uma tendência para o futuro. No Brasil, um levantamento da Hibou mostra que mais de 60% dos entrevistados não pretendem voltar ao trabalho presencial. Então é importante aprender a conviver com essa nova realidade e otimizar o seu trabalho.
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Fonte: Infomoney, Monitor Mercantill, Science Direct, Solides, G1, Grupo Selpe, World Economic Forum, Buffer, Medium, G1, Uol.