Como a pandemia tem transformado a área da saúde?

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Se tem um setor afetado pela pandemia foi o da saúde. Há mais de um ano, os profissionais desse campo têm arriscado sua vida no cuidado aos infectados pelo coronavírus e corrido em busca de vacinas.

O médico Mauricio Marcondes Ribas é Diretor Clínico do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, em Curitiba. (Fonte: Mackenzie/Reprodução)
O médico Mauricio Marcondes Ribas é Diretor Clínico do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, em Curitiba e professor da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. (Fonte: Mackenzie/Reprodução)

Por isso, o blog da UPM convidou o Diretor Clínico do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, Mauricio Marcondes Ribas, para falar sobre as mudanças que a Covid-19 trouxe a esses profissionais nesse momento.

Confira!

1. Os profissionais estão no limite de sua capacidade

Ainda que houvesse recursos físicos para abrir leitos, não haveria profissionais suficientes para trabalhar. (Fonte: Eldar Nurkovic/Shutterstock)
Ainda que houvesse recursos físicos para abrir leitos, não haveria profissionais suficientes para trabalhar. (Fonte: Eldar Nurkovic/Shutterstock)

Segundo Ribas, os profissionais estão sobrecarregados. Muitos deles se contaminaram durante o atendimento e houve, infelizmente, casos de óbitos do pessoal da linha de frente. 

Isso afetou de tal forma o trabalho que a realidade hoje é a seguinte: mesmo que houvesse novos locais de atendimento, não haveria recursos humanos suficientes. Já não há contingente de profissionais para atender a demanda, o que é preocupante.

2. Procedimentos eletivos estão comprometidos

Em virtude do aumento de internamentos por Covid-19, foi necessário salvaguardar leitos e insumos para o enfrentamento do coronavírus. Afinal, essa passou a ser a maior demanda de internamento nos hospitais durante a pandemia.

Por isso, foi necessário suspender procedimentos eletivos, aqueles que não podem ser considerados urgência e emergência. “Houve uma diminuição importante de internamento por outras doenças e traumas. Quando a pandemia diminuir, os leitos voltarão a ser redistribuídos nas várias especialidades”, comenta o médico.

3. Os protocolos de higiene vieram para ficar

Os hábitos de higienização tendem a permanecer no cotidiano por longo tempo. (Fonte: Maridav/Shutterstock)
Os hábitos de higienização tendem a permanecer no cotidiano por longo tempo. (Fonte: Maridav/Shutterstock)

Quando o assunto é Covid-19, todo o trabalho dos profissionais da saúde vai no sentido de cuidar dos enfermos e evitar novas contaminações até que a vacina chegue. Trata-se de uma corrida contra o tempo.

O que não tem prazo para acabar são os cuidados sanitários: limpeza exaustiva das mãos, evitar aglomeração de pessoas, uso de álcool em gel e de máscaras, além de outras medidas de higiene pessoal e coletiva. 

“É necessário que cada um faça sua parte no combate à pandemia, seguindo rigorosamente as orientações das autoridades sanitárias”, comenta o Diretor.

4. Apesar do cansaço, ainda há muito por caminhar

Ribas comenta que, por ser uma doença nova, sabia-se pouco sobre o comportamento da Covid-19 e como tratá-la. Ainda hoje, um ano depois de sua chegada ao Brasil, existem poucos recursos para o tratamento.

É certo que as vacinas serão a solução para a doença, mas elas ainda não estão disponíveis para uma grande parcela da população. Isso preocupa porque, em meio a essa demora, o Brasil passa de duas mil mortes por dia.

5. A telemedicina ainda não se efetivou

A telemedicina é um debate que precisa de maturação para ser implementado em larga escala. (Fonte: Insta_photos/Shutterstock)
A telemedicina é um debate que precisa de maturação para ser implementado em larga escala. (Fonte: Insta_photos/Shutterstock)

A telemedicina é um recurso novo que ganhou força com a necessidade do afastamento entre as pessoas. “Parece haver um futuro promissor nesse campo”, aposta o Diretor.

Ao mesmo tempo, Ribas entende que alguns passos precisam ser dados para que ela se efetive. Um deles é um regramento preciso sobre seu alcance, bem como de suas limitações.

6. Mais do que nunca, a ciência é necessária

Segundo o médico, em nenhum outro momento da história houve tanto investimento na busca de uma medida realmente eficaz para o tratamento de uma doença. As vacinas foram concebidas em tempo recorde, por exemplo.

Ao mesmo tempo, houve uma politização em torno do assunto e, por vezes, isso acabou afastando o critério científico do debate. “Deve-se basear o tratamento nos preceitos científicos reconhecidos universalmente, sem deixar margens para tratamentos miraculosos especulativos e sem comprovação”, conclui.

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