Ainda responsabilizadas por tarefas domésticas e a atenção aos filhos, as mulheres enfrentam grande sobrecarga ao tentarem se inserir no mercado de trabalho. Além disso, tendem a ganhar menos do que os homens, sofrendo preconceito em processos seletivos.
O Programa Nacional de Amostra por Domicílios (PNAD) de 2019, por exemplo, mostrou que os homens tiveram rendimento médio mensal 28,7% superior do que as mulheres no período avaliado pelo estudo.
É por isso que diversas empresas têm criado medidas especiais para incluir mulheres nas corporações. Conheça cinco exemplos de companhias que têm-se movimentado nesse sentido.
Na Unilever, o trabalho de inclusão se inicia já no processo de seleção das candidatas, pois ao final dessa etapa sempre há uma pessoa do sexo feminino e outra do masculino. A companhia tem uma política de flexibilização de horários, além de ter a jornada de trabalho encurtada nas sextas-feiras e oferecer home office por dois dias na semana, o que favorece as trabalhadoras que são mães.
O crescimento na carreira é estimulado com programas de mentoring, palestras, debates e networking entre suas funcionárias e de outras companhias. Há ainda um programa de desenvolvimento voltado para as trabalhadoras em Singapura, e que as brasileiras também participam.
A vice-presidente de cuidados pessoais da Unilever, Andrea Lima, salienta: “sabemos que é um desafio alcançar a meta em alguns setores, como os de finanças e vendas, e temos programas específicos para isso, mas a discussão deve ser feita em todos os níveis da organização, não pode ser reduzida a uma estratégia de RH”.
Desde 2007, a Ericson desenvolve um programa de diversidade com o qual incentiva e orienta funcionárias que pretendem alcançar cargos de liderança. Segundo a vice-presidente de comunicação e sustentabilidade da Ericsson América Latina e Caribe, Márcia Goraieb, “a ideia é prepará-las para que elas tenham a confiança de se arriscar quando surgir uma vaga para gestão”.
A organização também desenvolve um projeto chamado Girls in ICT, que consiste na visita de executivas a escolas técnicas e do Ensino Médio, incentivando as jovens a trabalhar na indústria de tecnologia.
A Zurich mantém políticas exclusivas para as mulheres, como horário flexível e equivalência salarial entre homens e mulheres que desempenham as mesmas funções. Também apoiam iniciativas femininas. A equidade de gênero é pautada no projeto Women’s Innovation Network (WIN) desde 2015.
De acordo com Zilea Barrilari, CEO da Zurich no Brasil, “ter mulheres no time é garantia de visão mais abrangente dos temas e, ao mesmo tempo, foco na forma mais prática de entregar as soluções”.
Na Procter & Gamble, as funcionárias que retornam da licença-maternidade podem trabalhar meio período por até 6 meses após o parto. Os diretores homens aprendem a lidar com as mulheres na mesma função com “mentoring reverso”, que é feito pelas mulheres.
“Quanto mais alto o nível de diretoria, mais difícil é de reter as mulheres, por isso precisamos trabalhar os diretores para que eles aprendam a conviver com as necessidades femininas”, afirmou Juliana Clemente, gerente de Recursos Humanos da P&G. Já para as mulheres que são gerentes e diretoras, há sessões de coaching subsidiadas pela empresa.
A equipe de recrutamento da Gerdau notou que os homens eram maioria entre os aprovados do Programa de Trainee. Para equilibrar o percentual em 50%, foram ofertadas vagas exclusivas para mulheres, tanto do público interno quanto externo.
O número de mulheres que se formam em Engenharia é de apenas 20% do total de alunos, então, seria natural considerar que menos candidatas conquistassem a vaga. No entanto, para desmistificar o estereótipo de que essa é uma área predominantemente masculina, a companhia trouxe mulheres para o centro da discussão e incentivou para que a mudança ocorra.
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Fonte: Revista Exame, Zurich, Gerdau.