Segundo dados do Senado Federal, a depressão é a segunda maior causa de afastamentos do trabalho, perdendo apenas para as Lesões por Esforço Repetitivo (LER). Além de fatores de ordem biológica e química, diversos tipos de situações sociais podem causar ou aprofundar quadros depressivos.
Cobranças excessivas no trabalho, ansiedade, rotinas exaustivas e exposição a constantes situações de tensão são citadas como causas mais comuns que levam à doença.
Confira algumas profissões e carreiras que aparecem com altos níveis de profissionais sofrendo com o problema. Os dados são da revista estadunidense Health, do Ministério da Previdência Social e do Instituto SWNS.
Nas ruas diariamente, policiais e profissionais de segurança integram a lista. Os fatores mais citados são a exposição ao risco constante, jornadas extenuantes, ambiente de violência e pressões hierárquicas no ambiente de trabalho.
Esses profissionais também lidam com longas jornadas de trabalho, cansativas pela necessidade de ficar em pé por muitas horas. Além disso, os salários tendem a ser baixos. Clientes grosseiros são agravantes.
Os profissionais lidam constantemente com situações graves como abuso infantil, violência doméstica, abandono e com pessoas em situação de rua.
Participar desses cenários de forma rotineira pode levar à depressão. Há um complicador neste caso: o fato de muitos profissionais se sentirem na obrigação de fazer sacrifícios pessoais e constantemente chegar a seu limite físico e mental como uma vocação.
A alta rotatividade e a exigência de baixa escolaridade no setor fazem com que os salários tendam a ser baixos e que demandas por melhores condições de trabalho sejam respondidas com demissões.
Além disso, esses profissionais são constantemente maltratados e vivem em ambientes profissionais de muita cobrança para o atingimento de metas.
Enfermeiros e cuidadores estão entre os mais afetados, com cerca de 11% dos profissionais com algum quadro de depressão. Além dos turnos exaustivos e da necessidade de cumprir plantões seguidos, muitos não têm o reconhecimento devido em suas profissões. Estar em contato constante com a morte e com pessoas em quadro grave de saúde também é um agravante do problema.
Outras categorias que lidam com situações similares também se encaixam. Entre elas, médicos, fisioterapeutas, técnicos em enfermagem e socorristas. Além dos horários muitas vezes sem rotina, jornada longa e extenuante, esses profissionais lidam constantemente com cargas de sentimento muito forte, como com a dor de familiares que perdem entes queridos.
Entre as causas da depressão citadas por esta categoria estão os baixos salários, que levam muitas vezes à necessidade de lecionar em várias escolas, cobranças de direções e equipes pedagógicas, e cobranças de pais de alunos.
A forte pressão sobre profissionais costuma ser exagerada pela falta de recursos em escolas e a necessidade de gastos pessoais para o ensino.
Nesse caso, as principais reclamações são referentes a inconstância nos pagamentos que podem levar a situações de ansiedade. Horas irregulares, isolamento e a necessidade de ser criativo podem levar a quadros de depressão.
A pressão para a categoria se refere a lidar com o dinheiro de vários clientes e estar sujeito a variáveis incontroláveis, como as variações no mercado financeiro. Existe uma cobrança sobre o profissional relativa a fatos que, por vezes, fogem da sua responsabilidade.
Área, que inclui funcionários como secretários e atendentes, caracteriza-se por cobrar demais (as cobranças podem vir dos patrões ou dos clientes) e dar pouco poder de resolução.
Assim, os funcionários precisam contornar situações, muitas vezes pesadas e de grosserias, enquanto tentam se comunicar com os gerentes ou com quem possa resolver. Além disso, os salários tendem a ser baixos.
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Fonte: Minha Vida, ANMT, Guia da Carreira, Terra, Infomoney, Jornal Contábil, Psicologia Viva, Simecat, Veja, Conexa Saúde.