O transtorno de ansiedade é caracterizado por preocupação excessiva, constante e de difícil controle que provoca um estado de hipervigilância cansativo. A condição tem-se tornado cada vez mais comum, mas tem cura. No Brasil, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 19 milhões de pessoas sofram da doença ou quase 9% da população — o maior índice do mundo.
Entre os principais sintomas psicológicos, estão os problemas de concentração, medo excessivo, irritabilidade e distúrbio do sono. As crises de ansiedade apresentam condições físicas, como respiração ofegante, taquicardia, sudorese, dor de barriga, tremores no corpo e náuseas, que podem levar as pessoas ao pronto-socorro.
A doença pode acometer qualquer pessoa, especialmente aquelas que passaram por experiências traumáticas, como morte de entes próximos, abusos, crises financeiras, divórcio ou demissão. A existência de outras patologias, como fobias, síndrome do pânico e depressão, podem agravar o quadro.
Como ajudar alguém com transtorno de ansiedade?
As crises de ansiedade acontecem em momentos de extrema tensão ou de estresse elevado. A pessoa ansiosa vê situações corriqueiras como grandes desafios. Os gatilhos podem ocorrer em reuniões, competições, trabalhos em grupo, tarefas complexas, em locais movimentados ou espaços muito apertados.
Mesmo que a situação seja de difícil controle, é possível diminuir as crises e atenuar os sintomas. Uma ajuda bem-intencionada, mas equivocada, pode tornar o momento mais complicado.
Por isso, quem está ao lado de alguém com transtorno de ansiedade deve saber lidar com a situação, gerando menos sofrimento para a pessoa que está passando por uma crise. Confira sete dicas.
1. Saiba como identificar uma crise
A crise é o momento que uma pessoa que sofre de transtorno de ansiedade mais precisa de ajuda. Falas de que algo ruim está para acontecer ou sentimentos de autodepreciação devem ser vistos com atenção. Agitação física, tremores, suor e respiração ofegante também são sinais de que algo está fora do normal.
2. Seja um bom ouvinte
Em um momento de ansiedade aguda, a pessoa que está ajudando deve ouvir mais do que falar. Evite avaliações e julgamentos, frases otimistas de autoajuda, como “tudo vai passar”, ou muito duras, por exemplo “você precisa enfrentar isso”. O diálogo não deve ser forçado com perguntas como “o que você está pensando?”.
3. Empatia é importante
Demonstre que você compreende a situação pela qual a pessoa em crise de ansiedade está passando, sem externalizar uma preocupação excessiva. Simplesmente estar ao lado, oferecendo apoio de maneira natural, sem transformar a situação em uma catástrofe, é uma grande contribuição nesse momento difícil.
4. Relembre bons momentos
A estratégia de trazer à memória bons momentos já vividos ou algo bom que está programado é ótima, mas deve ser utilizada com cautela. Procure não dar a impressão de que está desqualificando a situação. Caso não encontre receptividade, simplesmente pare.
5. Chame para um passeio
Uma caminhada leve ou uma atividade prazerosa pode ser uma alternativa para aliviar o momento tenso. Dessa forma, demonstre acolhimento com um convite para dar uma volta ou fazer algo juntos. Se a pessoa não aceitar, não insista, sugira fazer a atividade em outra oportunidade.
6. Nada de álcool ou drogas
O uso de bebidas alcoólicas ou de drogas apenas mascaram os sintomas e dão uma ilusão de alívio. Essas substâncias podem tornar o problema ainda pior. O consumo frequente de álcool eleva a vulnerabilidade das pessoas a crises de ansiedade, e o uso de drogas ilícitas é uma das causas do transtorno de ansiedade generalizada.
7. Nada de suspense ou tensão
Situações tensas podem ser gatilhos para crises de ansiedade. Portanto, devem ser evitadas situações que gerem apreensão, inquietude, medo ou preocupação. Também é importante não atrasar em compromissos ou demorar para responder mensagens, atitudes que podem causar um estado de ansiedade na pessoa.
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Fonte: Fantástico, Vittude, UOL VivaBem, Hospital Santa Mônica.