A partir do fim do século XIX e ao longo das décadas seguintes, diferentes formas de analisar e tratar as questões da mente humana surgiram. Diante de um universo de possibilidades, cada pessoa pode precisar de um tipo diferente de tratamento, e de profissionais que sigam abordagens diferentes.
Para auxiliar nessa escolha, preparamos esta lista com seis entre as principais linhas terapêuticas.
Iniciada por Sigmund Freud, é uma abordagem bastante comum. É difícil encontrar profissionais seguindo uma linha puramente freudiana — seus estudos receberam críticas e revisões de teóricos posteriores, então há variações.
A psicanálise é essencialmente baseada na fala e no autoconhecimento. O paciente expõe, de forma livre e aberta, o que está pensando, enquanto o psicanalista intervém com perguntas e o ajuda a fazer associações. Desse modo, o objetivo é trazer as questões do inconsciente para o consciente, permitindo uma melhora geral do paciente.
Com essas características, a psicanálise é indicada para quem busca autoconhecimento, mas pode ser menos interessante para quem busca resolver questões pontuais com rapidez — um tratamento com psicanalista pode se estender por anos.
A abordagem junguiana foi uma das primeiras “dissidências” da freudiana: Jung era discípulo de Freud, mas desenvolveu o próprio tipo de terapia, a partir de seus estudos.
Nessa linha, a fala continua sendo essencial para o tratamento, que também pode durar meses ou anos. A maior diferença é que o psicoterapeuta se atenta mais aos significados simbólicos que podem ser extraídos das falas do paciente. Há muito foco nos sonhos e seus significados, por exemplo, e o paciente pode ser convidado a fazer desenhos, entre outras atividades.
Derivada da linha comportamental da psicologia, trata-se de uma visão bem diferente da psicanálise: em vez dos pensamentos mais profundos, a TCC foca nos problemas e sintomas expostos pelos pacientes.
Em vista disso, o psicoterapeuta busca auxiliar o paciente nessas questões específicas, falando das crenças que podem estar relacionadas a esse sintoma e oferecendo exercícios para ajudar na mudança. Sendo assim, a TCC costuma durar de 12 a 20 sessões, com resultado mais visível logo de início.
Esse tipo de terapia dá ênfase total no aqui e agora, mas também analisa o sujeito como parte de um contexto. Desse modo, o psicoterapeuta presta atenção em vários outros detalhes que podem influenciar no tratamento. Além disso, a gestalt utiliza algumas atividades e técnicas estruturadas para auxiliar o paciente na compreensão de seus padrões de pensamento.
Uma abordagem mais recente e diferente das outras citadas até aqui, o psicodrama propõe que os pacientes façam encenações de seus problemas. A ideia é que, a partir desse teatro, as questões surjam e as emoções se tornem mais simples de observar. É bastante comum que esse tipo de terapia seja feita em grupos e ela é indicada até para pessoas tímidas, que podem se soltar ou ficar só observando o processo.
Inspirando-se em diversas linhas teóricas, esse tipo de terapia foca na relação entre as pessoas que estão buscando o tratamento, visando oferecer mecanismos para resolver problemas que podem estar atrapalhando a convivência.
Para terminar, é indispensável observar que, além das técnicas, o sucesso de um tratamento de psicoterapia depende da conexão entre profissional e paciente.
Fonte: Superinteressante, VitalK, Veja Saúde.