Você já deve ter ouvido sobre a síndrome de Burnout. Ela se refere ao esgotamento do indivíduo após um período de trabalho muito intenso, em geral de meses ou anos. A tensão emocional e o estresse causados por esse fenômeno atingem algumas categorias profissionais com mais frequência, como professores, policiais e equipes de saúde.
Mas o contrário também preocupa. Quando profissionais se sentem inúteis, não têm demanda de trabalho suficiente e são apartados da equipe por não estarem no mesmo ritmo de trabalho, podem sofrer a síndrome de Boreout.
Quer conhecer mais sobre o tema e entender como ambos os casos se manifestam? Então confira essa matéria!
Não é de hoje que o trabalho é reconhecido como um campo importante para a subjetividade. Ele pode ser uma fonte de prazer, reconhecimento, satisfação e criação ou, em vez disso, de sofrimento, solidão e até adoecimento. A síndrome de Burnout está entre os quadros mais comuns, tratando-se do esgotamento mental em meio a uma sobrecarga de trabalho sem o menor reconhecimento.
Tudo indica que sofrimentos semelhantes a esse existem há anos, a exemplo de personagens da obra O Germinal, de Émile Zola, publicada no fim do século XIX. Contudo, a doença foi descrita pela primeira vez em 1974 por Herbert J. Freudenberger, um psicólogo norte-americano que estudou a intersecção entre trabalho e saúde.
Hoje, a tecnologia faz o ato de trabalhar em casa ser algo rotineiro, e a pandemia tende a agravar isso, já que os espaços de trabalho e moradia estão definitivamente conturbados nos regimes de home office.
Algo que também preocupa são os profissionais com jornadas muito grandes. Motoristas de aplicativo, professores e profissionais da saúde têm tido rotinas extremamente extenuantes, o que se torna um problema especialmente grave no caso de não reconhecimento por parte de seus pares, amigos e familiares.
Se a sobrecarga de trabalho pode ser grave, a falta dele também pode adoecer. Embora seja menos comum e menos conhecida, a síndrome de Boreout se aplica aos casos em que, apartados de uma rotina de trabalho e dos colegas, a ausência de tarefas laborais leve a uma insatisfação e angústia.
Esse fenômeno é uma das formas de assédio moral mais frequentes, sobretudo em empresas familiares ou no serviço público, em que demitir o profissional não é uma opção possível. Os conflitos no trabalho (que são normais até certo ponto) se acumulam e fazem o profissional ser apartado das tarefas práticas.
Sentir-se participante, reconhecido e enxergar a importância do seu trabalho para a organização são elementos muito relevantes, assim como o salário. Por isso, ainda que a pessoa se mantenha empregada, ela pode desenvolver um quadro de sofrimento tão intenso que, na ausência de formas de resolver o problema, evolua para um adoecimento.
Em comum, as síndromes de Burnout e Boreount falam de um trabalho que deixa de produzir realização, seja porque o esgota, seja porque o paralisa.
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Fonte: Site Drauzio Varella, Você S/A.