Que atire a primeira pedra quem nunca ficou olhando o Facebook ou o Instagram enquanto tinha várias tarefas para fazer! A procrastinação — a arte de dedicar o tempo a coisas mais prazerosas e deixar tudo para a última hora — tem sido assunto de várias conversas.
Enquanto alguns defendem que ela atrapalha a nossa vida, outros afirmam que ela pode nos ajudar. Mas, afinal, a procrastinação é capaz de gerar algo bom para o nosso cotidiano? Estudos sugerem que sim, pois procrastinar pode estimular a sua criatividade. Confira:
Essa ideia foi apresentada pela estudante Jihae Shin a Adam Grant, professor da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Em uma palestra sobre hábitos surpreendentes de pessoas originais, o profissional apresentou a hipótese de sua orientanda e explicou como ela conseguiu comprovar isso.
Segundo Grant, a pesquisadora se propôs a provar que procrastinar pode ajudar um indivíduo a ter ideias mais originais, criativas e inovadoras. Para isso, ela pediu que estudantes universitários elaborassem uma proposta de abertura de novo negócio no campus da universidade.
O grupo acabou se dividindo, espontaneamente, em duas partes: a primeira focou em resolver o problema imediatamente, enquanto a segunda foi jogar videogame e se distrair antes de concluir o desafio. O resultado do experimento comprovou que as pessoas que procrastinaram antes de propor uma ideia de empreendimento se mostraram mais inovadoras, originais e criativas. Já o primeiro grupo, que se empenhou na ideia desde o início, apresentou projetos bastante convencionais.
No estudo, houve também uma parte do segundo grupo que só conseguiu entregar o projeto minutos antes do fim do prazo — e mesmo assim, apresentou soluções mais fáceis e básicas que os outros. Isso indica que, ainda que a procrastinação possa estimular a criatividade, isso só vai acontecer se a pessoa estiver empenhada em concluir a tarefa e, mesmo realizando outras atividades, pensar também sobre o problema que deve resolver.
Além de estimular a criatividade, procrastinar pode trazer outros benefícios. Vamos conferir alguns deles.
Procrastinar pode diminuir níveis de estresse em curto prazo. Segundo pesquisa desenvolvida por Roy Baumeister e Dianne Tice, publicada no livro Self-regulation, self-control, pessoas que procrastinam tendem a ter a saúde melhor do que as outras. Porém, em longo prazo, elas passam a se estressar com entregas e elevam seus níveis de ansiedade.
Se levarmos em conta a Lei de Parkinson — que defende que o trabalho se expande baseado no tempo que reservamos para ele —, os procrastinadores concluem as tarefas mais rapidamente. Isso acontece porque pessoas que começam atividades assim que as recebem ficam mais tempo pensando na mesma ideia, enquanto as que procrastinam conseguem terminá-las no mesmo tempo, mas realizando outras coisas junto.
No livro Wait: the art and science of delay, Frank Partnoy defende que adiar a tomada de uma decisão até o último segundo nos dá a oportunidade de pensar e refletir sobre diversas possibilidades e soluções. Então, segundo essa lógica, os procrastinadores tendem a tomar decisões mais assertivas.
A resposta para isso é simples: em longo prazo, procrastinar pode gerar problemas graves para a vida de um indivíduo, como aumento nos níveis de estresse e condições sérias de saúde. Além disso, por dividir a atenção de quem está realizando uma tarefa, a procrastinação pode prejudicar a qualidade do trabalho.
Quer potencializar sua carreira? Comece uma pós-graduação no Mackenzie