Apagão de mão de obra no mercado de TI

O mercado de Tecnologia da Informação (TI) vem passando por um verdadeiro “apagão” de mão de obra no Brasil. O país não consegue profissionalizar trabalhadores com velocidade, e muitos dos que se formam recebem oportunidades melhores para trabalhar em outros países. Os salários em dólar ou euro são, na maioria das vezes, tentadores demais para serem negados.

Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o Brasil forma por ano cerca de 53 mil pessoas com perfil para trabalhar na área de TI. A demanda, porém, é muito maior e pode chegar a 797 mil vagas em 2025. Se o país não começar a preparar mais interessados até lá, o déficit de trabalhadores na área será de 530 mil pessoas.

Fuga dos talentos

A área oferece, em média, salários iniciais entre R$ 1,8 mil (para pessoas sem graduação) e R$ 6 mil; já os cargos sênior e de gerência podem receber de R$ 12 mil a R$ 25 mil. Apesar dos bons rendimentos e da alta demanda, que tornam os profissionais disputados e o mercado atrativo para eles, o Brasil sofre a saída dos trabalhadores do país.

Empresas dos Estados Unidos e da Europa enxergam no Brasil um grande celeiro de talentos na área, então mesmo profissionais com grau intermediário de língua estrangeira conseguem boas colocações e são treinados. Para as companhias, a vantagem é poder oferecer salários menores do que os pagos para os naturais, mas que se tornam extremamente atraentes dada a conversão das moedas.

Facilidade de trabalho remoto e altos salários têm atraído profissionais brasileiros a sair do país. (Fonte: Unsplash/Reprodução)
A facilidade do trabalho remoto e os altos salários têm atraído profissionais a sair do Brasil. (Fonte: Unsplash/Reprodução)

Funcionários com pouco tempo de experiência podem receber propostas de até US$ 4 mil, um salário considerado baixo para a área nos Estados Unidos, por exemplo, mas que se torna superior a R$ 25 mil no Brasil, na conversão das moedas, valor que poucas empresas nacionais conseguem pagar.

Com o avanço do trabalho remoto e do anywhere office, muitos profissionais nem precisam se relocar para trabalhar em empresas estrangeiras. Com isso, os custos da contratação caem, e o mercado latino-americano se torna cada vez mais interessante.

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Como equilibrar a balança?

O fato de o real estar muito desvalorizado perante o dólar é um dos motivos que fazem muitos brasileiros preferirem trabalhar em empresas estrangeiras. Apesar de haver uma tendência de queda para o futuro, quando os efeitos da pandemia de covid-19 e do conflito no Leste Europeu estiverem superados, a competição com as companhias de fora vai permanecer.

Governo, empresas privadas e trabalhadores precisam investir em educação para o paíse não sofrer um apagão do merco de tecnologia. (Fonte: Unsplash/Reprodução)
O governo, as empresas privadas e os trabalhadores precisam investir em educação no Brasil, para não sofrerem ainda mais na área tecnológica. (Fonte: Unsplash/Reprodução)

A única opção para as empresas nacionais é remunerar melhor e cuidar para que os talentos não sejam perdidos. A longo prazo, a solução é que as companhias invistam na formação de profissionais ofertando cursos e treinamentos e criando estratégias para fidelizar o colaborador.

Para quem se interessa pela área, a hora é de grande oportunidade. Mesmo quem não tem formação em algum curso de TI pode buscar pós-graduações, cursos técnicos específicos ou novas graduações na área. A educação é a saída para aumentar a oferta de profissionais no mercado de TI. Seja pela formação de novos trabalhadores, seja pela transição de carreira daqueles que tenham interesse e facilidade na área.

O paradigma do profissional que tem um treinamento durante a graduação e o utiliza até a aposentadoria já foi quebrado. Com os novos tempos de avanço tecnológico rápido, nem as profissões tradicionais, como médicos e advogados, estão imunes à necessidade de atualização do conhecimento.

Com isso, o mercado enxerga de forma mais tranquila a transição de carreira. Profissionais que começam novas graduações depois dos 30 não são malvistos. Algumas empresas, inclusive, priorizam pessoas com formações mais abrangentes e que possam promover soluções “fora do manual” para os problemas que se apresentam.

Quer potencializar sua carreira? Comece uma pós-graduação no Mackenzie!

Fonte: Imasters, Folha de Londrina, Suno, Bonde, Correio Braziliense

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