A natureza apresenta estruturas e padrões que demonstram ser fruto de uma criação concebida por Deus, cabendo às áreas do conhecimento humano reconhecê‑los e estudá‑los.
O movimento de arte-educação, que propõe o ensino integrado de quatro linguagens artísticas – artes visuais, música, teatro e dança – fomenta uma abordagem mais ampla, propondo o equilíbrio entre apreciação de obra de arte, contextualização e produção artística, em uma relação não hierarquizada e não linear entre esses pontos.
Os Sistemas de Ensino Mackenzie valorizam a experiência da arte, a história, os processos e as técnicas de criação, fundamentais na formação expressiva, criativa e crítica do estudante, como elementos importantes na educação integral do ser.
À luz de uma progressão entre a experiência da arte, a história, os processos e as técnicas de criação, é apresentado ao aluno, durante sua vida escolar, um ensino que preze três aspectos do aprendizado: fundamentos artísticos, processos criativos e contextualização da arte.
A Arte na Educação Infantil
Antes mesmo de as crianças entrarem na escola, é muito provável que, em seu dia a dia, já tenham experimentado movimentos com seu corpo, tenham ouvido e cantado canções, assistido a apresentações artísticas ou desenhos animados. Ainda que muitas crianças já tenham tido algum contato com certos fundamentos artísticos, essas primeiras experiências não são suficientes para promover o aprendizado da arte.
Desse modo, o principal objetivo do ensino de arte na Educação Infantil é ampliar o espectro de experiências da criança com a arte para além daquelas já presentes em seu dia a dia e promover, nessas experiências, oportunidades para que ela tenha momentos em que as atividades artísticas sejam o foco do aprendizado.
Os fundamentos artísticos devem ser enfatizados na Educação Infantil.
Note que a criança ainda não compreende a arte como um campo do conhecimento, consequentemente, não distingue de forma clara o fazer artístico das outras atividades que permeiam seu cotidiano. Por isso, é importante trabalhar a percepção de fundamentos artísticos ao seu redor, por meio de contrastes entre extremos, pois, desse modo, os elementos artísticos são facilmente verificáveis. Ao alternar entre sons fortes e o silêncio, a criança consegue facilmente perceber esses elementos musicais, o que representa um primeiro passo para que, com o tempo, vá percebendo as demais nuances dentro desse espectro.
Outro exemplo seria o trabalho com a progressão do aprendizado das cores – um fundamento das artes visuais – e que, na Educação Infantil, já começa a ser desenvolvido e vai sendo aprofundado ao longo de toda vida escolar. Com as crianças esse trabalho pode se iniciar com a exploração de materiais naturais com diferentes pigmentações como, por exemplo, terra, beterraba, açafrão, cenoura etc.
Na Educação Infantil, o trabalho é feito principalmente por meio da exploração e da experimentação de materiais, técnicas e suportes diversos nas diferentes manifestações artísticas. A cada etapa da vida escolar, os níveis de habilidades das crianças se ampliam, uma vez que cada nova experiência traz maior complexidade às maneiras como elas utilizam os recursos e técnicas a que foram expostas.
A Arte no Ensino Fundamental
Muitos dos fundamentos artísticos vivenciados no Ensino Infantil, serão novamente experimentados nos anos iniciais do Ensino Fundamental, porém por meio de novos procedimentos e com foco na sistematização e conceituação dos elementos estruturais de cada manifestação artística, que são apresentadas de maneira simples e adequada, sempre traçando paralelos entre cada manifestação de arte.
Nessa etapa de estudo, além do trabalho com as competências lógica, analítica e crítica vinculadas ao fazer artístico; outro trabalho igualmente importante é iniciado também de forma sistematizada: os contextos da arte – a partir da introdução à biografia de autores e de características históricas e culturais de obras trabalhadas em sala de aula e propostas no material didático.
No Ensino Fundamental, o aluno consegue experimentar, criar, praticar e elaborar produções artísticas, entendendo a aplicabilidade de cada fundamento e desenvolvendo seu potencial criativo e expressivo, sempre, de forma gradual.
A título de exemplo, ao utilizar um jogo teatral como processo para criação de uma cena, é importante conceituar a narrativa cênica como fio condutor do jogo e os elementos teatrais que estão sendo aplicados no processo. Contextualizar esses mesmos elementos também é fundamental no processo, oferecendo referências aos estudantes de outros artistas que utilizaram os mesmos elementos, mas chegando a outros resultados estéticos.
Processos criativos: jogos teatrais, sobretudo, para os anos finais do Ensino Fundamental.
Por fim, vale ressaltar que mesmo no início da vida escolar o aluno já possui a criatividade como característica inata e deve ser motivado a exercitar essa competência. Porém é importante enfatizar que a criação, no início da formação, ou seja, durante a Educação Infantil, não tem como premissa desenvolver a expressividade da criança de forma original e particular. Contudo, já durante o Ensino Fundamental, o aluno deve ser progressivamente estimulado a criar com mais originalidade, à medida que seu desenvolvimento cognitivo avança.
Fonte: Sistemas de Ensino Mackenzie na Prática.
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