Com o tempo passou-se a buscar uma forma de distinguir os escritos comuns daqueles considerados artísticos, surgindo, assim, as expressões “arte das belas letras” e, finalmente, “arte literária”.
As artes – e entre elas a literatura – são uma representação da realidade, logo, o que vemos, lemos ou ouvimos a partir delas não é, portanto, o real em si, mas um reflexo dele. No caso da literatura, o que temos é um reflexo da realidade a partir do imaginário do autor, e é por isso que ela sempre será considerada fictícia, pois trata de coisas imaginadas.
A seguir, compartilharemos alguns dos principais motivos.
A literatura é um dos meios de que dispomos para entrar em contato com diferentes povos, épocas e pensamentos. Nesse caso, poderíamos, então, simplesmente ler um livro de História ou Filosofia e a questão estaria resolvida? Não necessariamente.
Lembremos que a literatura é também um meio pelo qual os homens expressam seu pensamento, ou seja, externam aquilo que faz parte de sua imaginação. Nesse sentido, estudamos e lemos literatura não somente para saber o que os homens pensam, mas, também, para saber o que eles sonham.
Embora a literatura seja imaginativa, ela está profundamente ligada ao mundo real, ao mundo em que vivemos, afinal, os autores vivem neste mundo assim como nós, e é dele que tiram a inspiração para seus livros. Desse modo, a literatura é uma forma de nos ajudar a pensar sobre o nosso próprio mundo e sobre a nossa realidade a partir do olhar de outro. Nesse sentido, a literatura colabora para desenvolver um pensamento atento sobre nós mesmos e sobre o que nos cerca.
Em outras palavras, a produção do autor é, naturalmente, uma construção subjetiva; porém o mérito dele está justamente em conseguir apreender aspectos da realidade que, apesar de serem particulares, apontam para experiências comuns a todos os seres humanos. Assim, as emoções e angústias de um personagem fictício podem fazer sonoro eco no peito do leitor e levá‑lo a reflexões profundas.
O estudo da literatura promove, sobremaneira, o desenvolvimento estético do leitor (aluno), à medida que ele observa a língua sendo empregada artisticamente e utilizada fora de seu uso ordinário, uma vez que a linguagem cotidiana procura ser a mais transparente possível para facilitar a compreensão e a comunicação objetiva.
Vale destacar que, neste caso, o uso da linguagem com fim estético, trabalha, por exemplo, opacidades, insinuações, plurissignificação, enfim, dobram-se os significados da língua em favor da arte.
Faz-se necessário que o aluno conheça obras literárias de diferentes épocas e lugares, passando pelas clássicas de cada período. Essas produções carregam em si uma parte importante da tradição cultural da sociedade, registrada com maestria pelos grandes autores do seu tempo; portanto, ter contato com elas estimula a expansão do repertório cultural do leitor (aluno).
Por fim, a literatura recebe influência da realidade social e cultural de sua respectiva época, e, desse modo, faz parte de um patrimônio cultural que representa a história de uma civilização.
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