A matemática está presente na vida de todos, antes mesmo do início da vida escolar: ao identificarmos quantos são os dedos das mãos, ao montarmos um quebra-cabeça, ao dividirmos um pedaço de bolo etc. Quando começamos a vida escolar, aprendemos mais sobre as relações matemáticas e passamos a utilizá-la para resolver problemas mais complexos.
É preciso saber como abordar esse campo do conhecimento sem desperdiçar o potencial dos estudantes. A seguir, confira algumas considerações importantes sobre a Matemática em sala de aula.
É do senso comum a concepção de que somente a Matemática é capaz de desenvolver o raciocínio lógico. Mas, na verdade, este é inerente ao pensamento humano, sendo a língua materna a fonte primária para o seu desenvolvimento. A ideia de ordem, por exemplo, fundamental para a noção do número, está presente na organização do alfabeto.
A abstração também não é exclusiva da Matemática, a língua escrita consiste na subdivisão e classificação dos sons em certos tipos básicos que são associados a representações elementares com as quais serão compostas as palavras, em um processo abstrato semelhante à representação dos números. Sendo assim, ao considerarmos o ensino da Matemática, não é suficiente pensarmos nela simplesmente como o componente que desenvolve o raciocínio lógico. Este é, na verdade, um aspecto do seu ensino, mas não seu fim.
Um aspecto importante para o ensino da Matemática é a noção de representação. As representações são diversas, como a simbólica, a esquemática, a visual e a própria língua materna, e isso contribui para que o aluno tenha um melhor entendimento dos conceitos matemáticos. As representações são, pois, não só essenciais para a comunicação, mas também para a atividade cognitiva e a aprendizagem da Matemática.
A Matemática se relaciona com a investigação da realida¬de, e muito de seu desenvolvimento se deu por conta da resolução de problemas nela encontrados. Portanto, o trabalho com essa área deve utilizar fatos do dia a dia. Ao aluno, deve ser dada a oportunidade de explorar situações, fazer testes, elaborar conjecturas, desenhar conclusões. Tais si¬tuações estão dentro e fora da sala de aula, se relacionam com outras áreas do conhe¬cimento e precisam ser sempre planejadas de acordo com cada objetivo.
Para além do cotidiano do aluno, as aulas de Matemática também devem apresentar o aspecto teórico. No ensino desse componente deve haver a formalização dos conceitos que foram levantados nas diversas situações de exploração e tentativas de resolução. Nesse sentido, a resolução de problemas se mostra uma aliada tanto à postura investigativa quanto à formal, permitindo testar conjecturas iniciais, validar hipóteses, aplicar conceitos já formalizados, explorar um conjunto de casos parecidos e generalizar procedimentos.
Tão importante quanto encontrar a resposta correta para um problema é levantar hipóteses, analisar situações e propor novas questões. Comumente, são oferecidos ao aluno problemas matemáticos que aplicam algoritmos recém‑aprendidos, o que acaba por promover um pensamento convergente em que ele reconhece o padrão de uso do algoritmo e o aplica. No entanto, a verdadeira habilidade de resolução de problemas depende do pensamento criterioso e criativo.
O estudo da história da Mate¬mática é um aliado importante para o ensino desse componente. Os alunos de¬vem entender como e por que os matemá¬ticos descobriram e desenvolveram os con¬ceitos e as técnicas, partindo muitas vezes de situações informais, intuitivas e criativas. Mais do que uma mera exposição de fatos dispostos em uma linha do tempo, conhe¬cer essa história confere maior contexto ao seu estudo e contribui para a visão dela como um campo investigativo em constan¬te desenvolvimento e de grande relevância para o nosso entendimento da realidade.
Fonte: Sistema Mackenzie de Ensino na Prática
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