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O que esperar do ensino híbrido?

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Todo mundo espera que a pandemia acabe o quanto antes. Mas uma série de transformações trazidas pela política de isolamento social deve permanecer. No campo educacional, um exemplo é o ensino híbrido (ou blended learning), no qual os estudantes devem continuar a ter aulas presenciais e virtuais.

Quer saber mais sobre o assunto? Confira as tendências desse fenômeno e o que revelam os especialistas; assim, é possível estar preparado para orientar as crianças nessa nova etapa!

1. O ensino híbrido se consolidou na pandemia

Pela necessidade de isolamento social, a tendência que já era debatida tornou-se uma necessidade. (Fonte: Rido/Shutterstock/Reprodução) 

Diante da pandemia, a transferência das aulas presenciais para o modo remotoon-line não foi exatamente uma opção, mas isso não quer dizer que esse debate tenha começado agora. Há vários anos, especialistas discutem a pertinência de adotar novos modelos e permitir que a tecnologia ofereça um salto de qualidade no ensino.

O pesquisador José Armando Valente, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), está entre os especialistas que analisam as possíveis interfaces da tecnologia e do ensino a distância muito antes da covid-19. 

Para Valente, é interessante pensar na inversão da sala de aula: antes de entrar nesse espaço, os alunos podem adquirir conhecimentos factuais. Assim, ao chegar na escola ou na universidade, é possível investir todo o tempo em “formas mais elevadas do trabalho cognitivo, ou seja, a aplicação, análise, síntese, significação e avaliação desse conhecimento”, comentou o professor em sua pesquisa. 

Essa é uma boa oportunidade para usar aquelas tecnologias que já estão presentes na vida das crianças e que são inutilizadas ou até mal vistas, como o celular. “A maioria dos professores está se sentindo desconfortável com o fato de o aluno não estar prestando atenção ao que está sendo exposto”, disse Valente. 

Por tantas razões, o que a educação fez diante da pandemia foi dar “um salto no escuro” e transformar em realidade o que já se discutia. 

2. As métricas do aprendizado precisam ser revistas

Assim como os métodos de ensino, as formas de avaliação devem ser rediscutidas em relação ao ensino híbrido. (Fonte: LStockStudio/Shutterstock/Reprodução)

O pedagogo Belmiro Marcos Beloni, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e doutorando em Ensino de Ciência e Tecnologia, concorda com Valente. O ensino híbrido não deve significar a substituição das aulas presenciais pelas remotas. Em vez disso, deve-se ter em mente que ambas as modalidades cumprem papéis diferentes em um mesmo processo de aprendizado. 

Beloni afirma também que o estudante deve ser visto como um sujeito integral, e isso altera a maneira como a instituição de ensino se relaciona com o aluno. Mais que boletim, o desafio desse período passa pela qualidade da formação. 

“Escola não é somente presença, aprovação, reprovação e calendário. A instituição deve focar em políticas que reforcem o vínculo com o estudante, como aluno, sujeito e cidadão”, ele avaliou.

3. A tecnologia não é “mocinha” nem “vilã”

Não se deve comemorar nem condenar o uso de tecnologia, mas aproveitá-lo como uma oportunidade de aprimorar os métodos de ensino. (Fonte: Fizkes/Shutterstock/Reprodução)

A norte-americana Julia Fisher, diretora de educação do Clayton Christensen Institute, que atua em políticas educacionais, acredita que o ensino híbrido é o futuro da educação. Por isso, o hábito de avaliar a tecnologia na educação como uma panaceia ou como um monstro a ser combatido deve ficar para trás. “Devemos entender no que a tecnologia é boa e no que é fraca, e implantá-la de acordo”, ela ponderou.

Não importa quais forem as saídas, elas devem ser construídas na prática escolar. Por isso, muito diálogo e disposição de compreensão mútua devem fazer parte do período pós-pandemia, e os pais são indispensáveis nessa tarefa!

Fonte: Educar em Revista, Nova Escola.

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